A Batalha entre o Amor e a Luxúria
Eu acho que não é segredo agora que a minha vida teve um passado sexual. Coloque meu nome no Google e estará lá, principalmente porque eu escolhi levantar a tampa da vergonha do meu passado. Confesso que as principais razões pelas quais fiz o que fiz foram justificar meus desejos sexuais com uma minúscula palavra - "amor". Tornou-se a espinha dorsal de toda intenção sexual que eu decidia seguir. Recusei-me a concordar com a opinião religiosa de que era luxúria, a luxúria era o que as outras pessoas sentiam, - mas eu? Bem, eu fazia amor. Eu tinha uma tese 'sólida' para as minhas ações e um raciocínio com o fim de vulnerabilidade. Eu não fazia isso com todo mundo - apenas com as pessoas que eu amava. Poucos argumentaram comigo, principalmente porque eu não prestava contas a ninguém. E eu fiz o que eu acreditava que era certo, vivendo em um vácuo de mim mesma, eu e o meu namorado.
Acontece que eu não estava lá sozinha. E como eu ando em uma luz muito diferente hoje, este é o mesmo argumento pelo qual algumas pessoas franzem a testa quando eu menciono que eu estou guardando esse momento para o casamento. Essa é a razão pela qual eu sou rotulada de "inflexível" por não estar aberta para bons homens, quando eu falo de celibato. E é por isso que o mundo está ficando ainda mais confuso, porque nós estamos nos confundindo. Eles franzem a testa porque eles acham que eu não posso amar completamente. Eu franzo a testa porque eles se enganam sobre o significado de amor.
Mas para ser honesta, antes de seguirmos adiante, eu não quero ser aquela pastora que expele a palavra luxúria como muitas pessoas religiosas têm feito. Refiro-me a uma pessoa puritana que não aprecia a necessidade de desejo sexual. O sexo é vital e precisamos disso para que a raça humana funcione. Eu não sou uma freira valente para acusar todo mundo com um voto de castidade. Eu apenas quero retomar aquilo que é poderoso e mais importante, e não aquilo que não é.
A DEFINIÇÃO DA PALAVRA LUXÚRIA É TER UM FORTE DESEJO SEXUAL POR ALGUÉM. É ISSO.
É isso aí. Não é fazer amor, não são fogos de artifício que resistem ao teste do tempo. Não é compromisso, não é a luta para manter alguém perto, não é a base que fará você confiar em alguém, não é algo que vai consolar as suas lágrimas, ou colocar as suas necessidades acima das necessidades de outra pessoa. Não.
A luxúria separa, o amor fica. A luxúria esquece. A luxúria desaparece. A luxúria não tem previsão. A luxúria poetiza o glamour de uma noite só, o amor escreve letras que dizem que pegaria uma granada por você. A luxúria profere palavras vazias, o amor segue as suas promessas. A luxúria defende sem humildade, o amor sempre pede desculpas. O amor abre espaço para surpreender, a luxúria pergunta: “que horas são?”. A luxúria tem padrões duplos - aqueles que só beneficiam o próprio ego. O amor ouve o mais alto padrão e luta por ele. Luxúria envia um texto para terminar o namoro, o amor conversa face a face.
Muito frequentemente a gente mistura a paixão da luxúria e acredita que o amor é uma ocorrência muito comum. A luxúria não é amor, é um subproduto da beleza, e raramente é seguida pela profundidade e substância real do amor. E pela primeira vez eu sou uma defensora do cantor do grupo 50 Cent quando ele disse: "Eu estou a fim de fazer sexo, eu não estou a fim de fazer amor". Fico feliz que alguém no mundo da influência tenha reconhecido que há uma diferença, mesmo que não tenha a responsabilidade de cuidar do coração de uma menina.
Hoje em dia, em meio aos biquínis na praia, às provocantes selfies - tudo sutilmente convidando os homens a nos olharem de uma maneira cheia de luxúria -, eu digo que há algo muito mais poderoso para ser estampado na expressão cotidiana. O poder profundo da ternura, de ouvir, da conversa acima dos agarramentos. Porque nada disso vai durar.
Devemos ter cuidado para não definir o significado do amor baseado em nossas próprias experiências, e sim baseado na verdade sólida sobre o que o próprio Amor define sobre ele mesmo: O Amor é bondoso, é paciente, o amor não é egoísta. A definição está em nosso meio há milhares de anos, inspirada pelo próprio inventor do Amor - é hora de voltar à prancheta, antes que mais famílias se separem, antes que a pansexualidade se torne a outra “coisa do momento", antes de agirmos num espaço onde se diz qualquer coisa e tudo acaba. Porque você pode, é claro que você pode fazer isso, mas não significa que você esteja fazendo amor, mas sim inventando a sua própria versão sobre isso.