Pornografia: As garotas também lutam com essa questão
A internet tem revolucionado a comunicação, especialmente entre meninas adolescentes. Mas, a mesma mídia que nos ajuda a nos conectar também tem permitido que a indústria pornográfica cresça. Ambos, meninos e meninas têm conteúdos explícitos ao alcance de um toque.
Só meninos veem pornô, certo?
Embora os estereótipos geralmente associem o vício em pornografia aos meninos, um número surpreendente de meninas jovens também está sendo exposto, meninas que se veem atraídas aos conteúdos pornográficos.
No início, quando as meninas estavam começando a fazer uso da internet, a exposição à pornografia, na maioria das vezes, acontecia através de uma propaganda pop-up que era, inocentemente, clicada ou movida por alguma curiosidade que a levava até o botão de pesquisa. Essa foi a conclusão de um estudo chamado A Natureza e a Dinâmica do Uso de Pornografia entre Crianças (The Nature and Dynamics of Pornography Use Among Children), que entrevistou mais de 500 estudantes universitárias e explorou a exposição à pornografia antes dos 18 anos. Neste estudo, quase metade das meninas entrevistadas (42,3%) disseram que não estavam ativamente procurando estas imagens quando foram expostas.
Observe essa história de uma menina de 17 anos que, anonimamente, dividiu sua história com o Projeto Over 18, um filme sobre vício em pornografia entre crianças e adolescentes:
“Um dia na escola, nós estávamos falando sobre os problemas femininos e como as mulheres são retratadas na mídia. O tópico pornografia surgiu e eu decidi que, uma vez que isso era discutido em aula, não havia nada de errado em pesquisar mais sobre isso em casa.
O que eu não esperava era que, “pesquisando” (sobre o que eu ouvi na escola), entrar no mundo obscuro da pornografia não seria tão difícil. Eu não tinha ideia do quão rápido a pornografia poderia consumir a minha vida. Há poucas semanas a pornografia nem cruzava a minha mente, mas a partir daquele momento elaa estava sempre ali.”
Para essa jovem menina, uma simples pesquisa sobre o que parecia ser um tópico inofensivo se tornou em um hábito sombrio que a consumia.
Uma nova e assustadora moda está surgindo entre as meninas adolescentes
Mas, em um estudo da Barna, O Fenômeno Pornô: O Impacto da Pornografia na Era Digital, 33% das mulheres entre 13-24 anos e 12% entre as mulheres maiores de 25 admitem buscar por pornografia de forma diária, semanal ou mensalmente.
As conversas com algumas destas jovens apontam para uma moda perturbadora.
Meninas estão procurando por pornografia devido à influência dos meninos pornograficamente saturados, cuja única educação sexual é provida por uma tela. O namoro e a corte são antiquados. Nudes e sexo oral é o novo flerte.
Afirmei isto em um post de um blog que escrevi para Covenant Eyes:
“As estatísticas da Barna apontam para uma tendência assustadora. Meninas cada vez mais jovens estão usando a conveniência da Internet para obter educação sexual através da pornografia online. Estas mesmas meninas estão crescendo cercadas por meninos que, geralmente, são ávidos consumidores de pornografia, de modo que elas assistem pornô para ‘alcançar’ aquilo que os meninos desejam.
No livro Meninas & Sexo: Navegando um Cenário Novo e Complicado (Girls & Sex: Navigating the Complicated New Landscape), de Peggy Orenstein, ela apresenta esta citação de uma jovem adolescente:
“Eu me relaciono com um cara que é muito lindo”, confidencia a estudante de ensino médio da Califórnia do Norte, “aí as coisas ficam mais quentes e de uma hora para outra a minha mente muda completamente e eu não sou mais uma pessoa real: é como se eu estive em uma performance. Aquela sou eu atuando. E eu não faço nem ideia de quem é o personagem que estou fazendo, quem ‘ela’ realmente é. É uma garota de fantasia, eu acho, talvez a menina do conteúdo pornô”.
Da mesma forma que os meninos jovens e viciados em pornografia podem iludir os seus cérebros a pensar que pixels são melhores que pessoas, jovens meninas estão destorcendo os seus cérebros acreditando que o que elas veem na tela é como acontece na vida real.”
Uma exposição prematura à pornografia pode deixar uma impressão duradoura em jovens meninas. Assistir pornografia que retrata atos de violência, abuso sexual ou outros atos degradantes em direção às mulheres tem uma repercussão na mente impressionável de adolescentes. O mesmo estudo de 2008, A Natureza e a Dinâmica do Uso da Pornografia entre Crianças, revelou que 19% das meninas se sentem “não atraentes e inadequadas” depois de ver pornografia online, e 25% “teve pensamentos indesejados sobre a experiência”
Prometa que não vai pirar
Pais, primeiro, preciso que você me prometa algo. Na verdade, digam comigo:
“Se um dia eu pegar minha filha ou filho vendo pornografia, não importa o tipo de pornografia, eu não vou pirar”.
Eu preciso que você prometa que não vai ter um ataque. Porque, embora eu vá listar comportamentos que podem indicar que ela esteja olhando, reagir de forma exagerada se você observar esses comportamentos apenas constrangerá a criança a mais vergonha e culpa e produzirá exatamente o resultado oposto ao desejado com sua reação exagerada.
A sua raiva não vai fazê-la parar. Os seus gritos não vai fazê-la parar. A sua decepção não vai fazê-la parar. Todas estas três reações farão com que a vergonha dela aumente e a direcione de volta à pornografia. Na realidade, ela poderá inclusive decidir “se auto-medicar”, depois de sua repreensão, assistindo mais pornografia para ajudá-la a se sentir melhor. E você será responsável por isso.
Seja curioso ao invés de condenar. Se você observar qualquer um dos comportamentos abaixo, primeiro seja curioso. Você pode estar interpretando algo da forma errada.
5 comportamentos que podem indicar um problema com pornografia
Enquanto os pais não podem filtrar tudo o que os adolescentes assistem, eles podem procurar por sinais. Aqui estão 5 sinais que podem sugerir que a sua filha adolescente está assistindo conteúdo impróprio:
Fechar as abas da internet rapidamente. Se um dos pais entra em um quarto e rapidamente a adolescente fecha ou minimiza a aba que estava assistindo pode indicar que ela estava vendo conteúdos desagradáveis.
Deletar o histórico da web. Um histórico completamente limpo possivelmente indica comportamentos virtuais que a adolescente está tentando esconder. Os pais devem estabelecer regras para salvar todo o histórico da web. Somente os pais deveriam ser autorizados a apagar o histórico. Muito smartphones, incluindo IPhone, tem restrições que, uma vez habilitadas, podem controlar a eliminação do histórico. Ah, e pais, vocês sabem o que é uma janela anônima ou privada? Quase todos os navegadores têm essa opção, que, quando habilitada, não mantém o seu histórico. O software Covenent Eyes soluciona esse problema nos aparelhos, monitorando as janelas anônimas, por exemplo
Esconder-se. Qualquer adolescente que passe um tempo significativo sozinho ou até tarde da noite online está correndo um risco maior ou possui um comportamento de risco. Os dispositivos estão sendo usados atrás de portas fechadas? Em quartos? Em banheiros? Pais, não esqueçam que nudes, inclusive de si próprias, constituem uma típica criação de conteúdo pornográfico. Os pais devem controlar o ambiente em que a internet é acessada a fim de diminuir a tentação da Internet.
Desabilitar os softwares que possibilitam aos pais controlar e monitorar o uso dos dispositivos. Adolescentes são bem espertinhos quando se trata de tecnologia! Se o computador ou os dispositivos tem o controle parental desabilitado ou o software de monitoramento removido de repente, uma rápida discussão a respeito deveria ser feita.
Fazer perguntas incomuns sobre atividades sexuais. A exposição a imagens gráficas pode causar preocupação ou confusão. Como resultado disso, uma jovem adolescente pode começar a fazer perguntas incomuns. Os pais devem prestar atenção nas suas crianças. Ouvir as suas conversas e qualquer outra coisa que possa estar “fervendo”, mesmo abaixo da superfície. Não esqueça – conversas consistentes e persistentes são as maiores defesas dos pais contra a tentação da internet.
A maioria dos pais espera conseguir censurar seus filhos de ver conteúdo impróprio na internet. Mas, não é possível controlar todas as portas que a Internet possui. Ao invés disso, dê ferramentas para que ela saiba como agir quando se deparar com algo perturbador.
Chris McKenna, Fundador, CEO: Um homem com uma energia inesgotável quando se trata de lutar pela segurança e pela proteção das crianças. O Chris pratica suas dicas de segurança na internet com seus quatro filhos maravilhosos e aparece regularmente nas notícias, no rádio, em podcasts e mais recentemente no Capitólio com as suas pesquisas. Seu testemunho em 2019 no Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos foi o catalizador para escreverem leis que podem mudar radicalmente as leis de proteção às crianças no ambiente virtual. O time PYE já se apresentou mais de 1.000 vezes em escolas, igrejas e organizações sem fins lucrativos. Seus outros amores incluem correr, planilhas e doces.
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