A Lésbica no Espelho
Você está sentada em um novo grupo pequeno de pessoas, quando olha para o outro lado e vê uma mulher atraente. Você repara no cabelo, na postura, no comportamento dela, e de repente, existe uma atração. Ninguém mais em volta chama a sua atenção, mas lá no fundo você sente essa atração. Há uma agitação dentro de você. Rapidamente você desvia o olhar. O que está acontecendo?
É uma experiência de atração pelo mesmo sexo? Afinal, você é lésbica mesmo?
Eu costumava ter medo desse momento. De forma inexplicável, as mulheres chamavam a minha atenção. Não havia como controlar, nem me dissuadir, e o sentimento parecia persistir como se estivesse ligado a mim. Eu tive que me distanciar. Sob a minha respiração, eu começava a me arrepender, clamando a Deus por misericórdia.
Por que eu não sentia essa atração por homens?
Anos atrás, comecei a avaliar se eu era lésbica com base no que eu achava que era. Uma amiga íntima, realmente uma pessoa que eu amava, me ensinou os caminhos do lesbianismo. Antes de conhecê-la, eu nunca havia pensado nisso. Realmente, eu nunca tinha ouvido falar sobre isso até estar na faculdade. Foi quando o meu mundo começou a se abrir intelectualmente, e o mesmo aconteceu com minha compreensão do lesbianismo.
Vi o lesbianismo pela primeira vez através de várias lentes, é claro, de forma relacional, mas também como isso era uma forma de empoderamento. Nas minhas esferas de influência, o lesbianismo era incrivelmente atraente como meio de independência e identidade. E criou uma ponte de relacionamento com mulheres que antes eu não conseguia criar.
Comecei a cultivar os desejos, procurando as atrações, porque supunha que isso iria trazer uma sensação de realização. Essas eram, pensei, as mulheres que provavelmente eram minhas almas gêmeas. Eu acreditava, inconscientemente, que eu gastaria menos energia em conhecer as mulheres pelas quais eu tinha atração, porque eu poderia me apoiar na atração para criar conexão. Surpreendentemente, poucas dessas atrações se transformaram em algo além de amizades de curto prazo ou encontros de uma noite só.
Eu pensei que isso era normal em todas as novas tentativas de relacionamento.
No entanto, quando comecei a conhecer Jesus, surgiu um novo diálogo. De alguma forma, lá no fundo, um desejo de experimentar algo espiritualmente profundo se desenvolveu - como se minha vida dependesse disso. E talvez, de certa forma, isso era verdade. Quando eu comecei a conhecer Jesus, eu estava longe de ser saudável emocional e fisicamente. Lembro-me da primeira vez que aprendi a identificar a voz de Deus. Eu estava em um seminário infantil na minha igreja liderado pela Jennifer Toledo. Ela estava nos ensinando como ouvir Jesus e como responder de volta.
Nunca esqueci do momento em que sentei no meio de todas aquelas crianças e reconheci a voz de Deus pela primeira vez.
Depois de ter esses diálogos, comecei a buscar o Espírito Santo para entender muitas coisas: a Bíblia, história, cultura, mas também minha própria vida. Quem sou eu? Eu pensei. Eu tinha apenas uma pequena ideia da minha personalidade, habilidades e aparência. Percebi que muitas vezes vivia a vida reagindo ... aos meus pais, colegas, subordinados, ao transtorno bipolar, às minhas fraquezas ... especialmente, às minhas fraquezas. No entanto, como amante, como lésbica, me sentia poderosa e proativa. Percebi que havia uma mudança interna bem sutil cada vez que eu voltava a minha atenção a Ele.
Será que eu nasci lésbica? Talvez aquela fosse a minha tribo? Talvez eu pertencesse à comunidade gay. Ou será que o lesbianismo também foi realmente uma reação a algo?
Perguntas começaram a surgir: Quando eu não consigo me discernir claramente, o que eu estou discernindo sobre a outra mulher? Aquilo realmente era uma atração sexual que poderia ser comparada a uma atração "normal" pelos homens?
Eu determinei que não era. Essa decisão importante fortaleceu minha saída do lesbianismo. Eu entendi que havia algo desordenado e equivocado no meu desejo por mulheres (que também foi uma reação a algo).
Comecei a perceber que a atração vinha de um lugar interno. Então, eu comecei a perguntar ao Senhor, toda vez que aquilo era “desencadeado”, ou “ que eu experienciava aquilo?”. Fielmente, Suas respostas chegaram a mim por meio de explicações desafiadoras, mas cheias de cura que resolviam (e revertiam) aqueles desejos errados.
Uma vez eu estava visitando uma livraria feminista. Um lugar que eu tinha visitado muitas vezes no passado. Enquanto eu olhava os livros e revistas, o Senhor me levou a olhar para uma balconista que classificava livros lá no fundo da loja.
- Você namoraria com ela? Você a namoraria, Elizabeth?
Atrás do balcão, havia uma mulher esbelta, de cabelo curto, intelectual, atlética e bonita. Com ternura, o Senhor sussurrou:
"Descreva-a."
Enquanto eu estava dando essa descrição para Ele, Ele me parou.
"Como você se parece, Elizabeth?"
"Cabelo curto, bonita, intelectual atlética ... Por que, Senhor?"
- Todas as suas amantes eram como você, Elizabeth. Você estava procurando por você mesma (enquanto você tentava se colocar para baixo), mas foi atraída apenas por mulheres muito parecidas com você.
"Seus esforços para amar tais mulheres foram esforços inconscientes para você amar a si mesma."
Outras vezes, comecei a reconhecer claramente momentos de comparação, ciúmes ou até admiração. Cada episódio de atração era um “sinal de alerta” sinalizando insegurança, falta ou fraqueza que Jesus estava preparado para enfrentar e resolver. Ele se tornou minha rede de segurança e mentor. Os gatilhos tornaram-se oportunidades de cura que, em última análise, levaram a uma profunda integridade.
Se essa é a sua história, eu posso te garantir, Jesus responde. Ele tem respostas e ideias sobre você e sua vida. Ele te ama com um amor eterno que te valoriza e se deleita na revelação. Junte-se a mim nesta oração,
“Jesus, obrigada por me enxergar agora. Você me conhece e quer que eu te conheça. Mostre-me como acessar Suas respostas para minha vida. Deixe-me experimentar as profundezas do Seu amor que trazem plenitude."